Engraçado como
algumas atitudes são tão óbvias ou absurdas para alguns e, ao mesmo tempo, tão
questionáveis ou normais para outros: ainda desacredito quando vejo lixo sendo
lançado pela janela do carro com tanta naturalidade; quando não vejo ou não recebo
qualquer sinal de gratidão frente a um favor desprendido; quando a presença da
faxineira é ignorada por outros trabalhadores; quando uma conversa é
interrompida sem qualquer parcimônia; quando um aluno é ridicularizado em sua
dificuldade pelo próprio professor; quando um espera a “bondade” do outro para
que seja garantido o assento preferencial nos transportes públicos. Da mesma
forma, inclusão sem acessibilidade não faz o menor sentido.
Cada um possui
características e especificidades que o diferencia do outro e, sendo assim,
suas necessidades também se diferem. Essas necessidades, porém, acabam, muitas
vezes, tornando-se uma barreira tão grande que parece ser intransponível, muito
mais pela falta de reflexão e, consequentemente, falta de atitude do que pela
impossibilidade de vencê-la.
Ora, no
ambiente escolar, se um aluno apresenta baixa estatura, por que não oferecer um
lugar na primeira fila, onde ele possa enxergar melhor a lousa? Se um aluno ou servidor
faz uso de cadeira de rodas, como ele vai circular num espaço com corredores e
portas estreitas, escadas e degraus por todos os lados, rampas ausentes ou mal
feitas, construídas apenas para “constar”? E se aparecer um surdo, seja aluno,
servidor ou participante de um evento qualquer... Como será a comunicação? Em
alguns câmpus do Instituto Federal é oferecido o curso de LIBRAS; possibilidade
de formação existe, mas o interesse e a consciência de que essa possa ser uma
demanda real nem sempre.
A inclusão
seria mais simples, não necessariamente fácil, se as pessoas se despissem um
pouco do seu egoísmo, se colocassem no lugar do outro e empenhassem seus
esforços em fazer com que ele se sinta bem e acolhido em todo e qualquer
ambiente em que ele quiser e tiver o direito de estar. Acessibilidade e
inclusão precisam andar juntas. Os mecanismos
de acesso precisam ser pensados e instituídos tal como a atitude inclusiva precisa
ser compreendida e manifestada nos diferentes contextos sociais. A formação crítica
e reflexiva e a experiência com o diferente e o desconhecido são fundamentais.
#PraCegoVer na Imagem: Várias mãos erguidas, desenhadas com tamanhos e formas diferentes e cores que variam entre amarelo, laranja, vermelho, marrom, verde e azul.
Ótima reflexão!!!
ResponderExcluirYey! E a primeira interação foi estabelecida!\o/
ResponderExcluirAgradeço a leitura e o comentário =)