Meu primeiro contato com uma pessoa
com deficiência foi durante o estágio no ensino fundamental. Uma das crianças,
cujo nome não me recordo, tinha Síndrome de Dandy Walker e a característica que
chamava mais atenção era a irritabilidade. Em outra turma, havia uma menina com paralisia
cerebral e um menino com deficiência intelectual.
Nesse mesmo período, conheci uma
criança autista na creche em que eu trabalhava. Ela tinha uns 5 anos e ficava em
uma turma que não tinha monitores, apenas a professora. Por isso, tivemos raros
momentos de interação.
Ainda nessa creche, lembro agora que a
mãe do meu xodozinho do berçário, Kahê, era surda (mas ela raramente aparecia
por lá).
Falando em surdez, iniciei um curso de
LIBRAS recentemente, no próprio campus, por meio de um curso de extensão. Sempre
que vejo pessoas na rua conversando em língua de sinais me esforço bastante
para não ser inconveniente tentando entender o que eles falam.
Também fiz um curso de Braille, que eu
gostei muito, inclusive do professor, Luís Gonzaga. Ele é cego, gosta de
música, escreve poesias e conquista a todos com tamanha simplicidade,
generosidade e carisma.
Ao longo da vida, tive oportunidade de
conversar, mesmo que rapidamente, com alguns outros deficientes visuais: um
homem a espera de um auxílio para atravessar a rua, um entrevistado de uma
pesquisa domiciliar (fazia parte do meu trabalho na época) e dois rapazes no
ponto de ônibus – fiquei com muito medo de ter dado a informação errada para um
deles; logo que ele foi embora, fiz uma confusão de linhas e bairros na minha
cabeça... torci muito para ele conversar com alguém no caminho e se certificar
que estava seguindo para o lugar certo.
Hoje, no campus, há um aluno
cadeirante e, recentemente, descobri que tenho um primo distante que tem
Síndrome de Down.
Ah! Acabo de lembrar da irmãzinha
surda de uma aluna que foi acompanhá-la no dia da matrícula. Ela pareceu
surpresa com o meu interesse e contente com a comunicação estabelecida
entre nós. Confesso que essa rápida conversa também deu um brilho especial no
meu dia.
Todas essas experiências foram significativas,
em maiores ou menores proporções. Sei que podem surgir situações em que
eu seja muito mais desafiada, fique insegura e me sinta incapaz de ajudar ou fazer o meu papel. Acredito que com interesse, respeito, sensibilidade e
dedicação seja possível fazer a diferença em um mundo sem iguais.
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