quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A pessoa com deficiência na minha história de vida

Meu primeiro contato com uma pessoa com deficiência foi durante o estágio no ensino fundamental. Uma das crianças, cujo nome não me recordo, tinha Síndrome de Dandy Walker e a característica que chamava mais atenção era a irritabilidade.  Em outra turma, havia uma menina com paralisia cerebral e um menino com deficiência intelectual.

Nesse mesmo período, conheci uma criança autista na creche em que eu trabalhava. Ela tinha uns 5 anos e ficava em uma turma que não tinha monitores, apenas a professora. Por isso, tivemos raros momentos de interação.

Ainda nessa creche, lembro agora que a mãe do meu xodozinho do berçário, Kahê, era surda (mas ela raramente aparecia por lá).

Falando em surdez, iniciei um curso de LIBRAS recentemente, no próprio campus, por meio de um curso de extensão. Sempre que vejo pessoas na rua conversando em língua de sinais me esforço bastante para não ser inconveniente tentando entender o que eles falam.

Também fiz um curso de Braille, que eu gostei muito, inclusive do professor, Luís Gonzaga. Ele é cego, gosta de música, escreve poesias e conquista a todos com tamanha simplicidade, generosidade e carisma.

Ao longo da vida, tive oportunidade de conversar, mesmo que rapidamente, com alguns outros deficientes visuais: um homem a espera de um auxílio para atravessar a rua, um entrevistado de uma pesquisa domiciliar (fazia parte do meu trabalho na época) e dois rapazes no ponto de ônibus – fiquei com muito medo de ter dado a informação errada para um deles; logo que ele foi embora, fiz uma confusão de linhas e bairros na minha cabeça... torci muito para ele conversar com alguém no caminho e se certificar que estava seguindo para o lugar certo.

Hoje, no campus, há um aluno cadeirante e, recentemente, descobri que tenho um primo distante que tem Síndrome de Down.

Ah! Acabo de lembrar da irmãzinha surda de uma aluna que foi acompanhá-la no dia da matrícula. Ela pareceu surpresa com o meu interesse e contente com a comunicação estabelecida entre nós. Confesso que essa rápida conversa também deu um brilho especial no meu dia.

Todas essas experiências foram significativas, em maiores ou menores proporções. Sei que podem surgir situações em que eu seja muito mais desafiada, fique insegura e me sinta incapaz de ajudar ou fazer o meu papel. Acredito que com interesse, respeito, sensibilidade e dedicação seja possível fazer a diferença em um mundo sem iguais.

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